27.8.09

Vik Muniz em BH

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Se tem algo que realmente gosto pelos lados de BH é o fato de conseguirmos por aqui presenciar grandes exposições, shows, peças de teatro.. enfim, grande momentos culturais com muito mais facilidade do que que temos em Belém do Pará, por exemplo; que por inúmeras razões acaba ficando sempre fora do calendário cultural.

Por aqui, por exemplo, segue a exposição de Vik Muniz.

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Vik Muniz é, de fato, o maior nome brasileiro das artes plásticas; conquistou o prestígio (e a popularidade) como nenhum outro tupiniquim.

O artista se destaca por fazer suas obras a partir de materiais do cotidiano, que a maior parte das pessoas não dá importância, como poeira e lixo, geléia, pasta de amendoim e macarronada!

Os comentários mais sensatos sobre sua arte estão no site da Bravo.

Affonso Romano de Sant’Anna, que juntamente com o Gullar é dos mais interessantes comentaristas da arte contemporânea disse que Vik “realiza o reencontro do público com a arte. Isto é raríssimo hoje em dia. O que tem caracterizado certas mostras é aquilo que Jean Clair – crítico de arte de maior prestígio na França – chamava de “multidões sonâmbulas”. Ir a museu virou uma variante do turismo. Pessoas vagando entre obras que não entendem sem conseguir compatibilizar as bulas oferecidas com o produto exposto. (…) Vik Muniz consegue a empatia e a admiração do público e a atenção de críticos daquilo que [o sociólogo] Howard Becker chamava de arte oficialista”.

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Serviço:

A mostra vai de 21/08 a 02/11 e acontece no Museu Inimá de Paula, Rua da Bahia, 1.201, no centro de Belo Horizonte.

Os ingressos para ver a mostra custam R$ 10 (inteira)

A visita pode ser feita nos seguintes horários:

Terça, quarta e sexta, das 10h às 19h

Quinta, das 12h às 21h

Sábado, das 10h às 19h

Um comentário:

Bruno_Philósopho disse...

É uma pena não podermos compartilhar o sucesso de estarmos mais perto da arte. É uma pena não termos acesso às questões culturais... O problema é também o fato de o paraense ter pouquíssimo interesse na arte. Não lê, não comenta... Quando chega algo novo, muitos correm para se dizerem: "Égua, vou correndo ver aquela peça de teatro. Dizem que está bombando". Dai, em contraposição, sabem a agenda certa de quem vem para diminuir ainda mais a existência humana: "Vamos no show do calcinha preta?"...

Às vezes penso que estamos em uma terra em que a fertilidade é colocada sobre todos os outros interesses. Dai você observar que os jornais daqui sempre colocam uma foto de mulher seminua na capa para vender... Leitor não vai ler o mais interessante dentro do jornal mesmo... Vai é ver as últimas fofocas dos famosos e saber quem morreu e porquê... Curioso porque não se vêem muitos anúncios nas páginas policiais... É o caderno mais lido...

Tem muito evento que, para ser apreciado, precisamos pegar o "jatinho" para São Paulo. Poderia ser na rua mesmo, como aquele post que você colocou sobre o projeto da música nas ruas, por pessoas aparentemente desconhecidas... Poderia ser na praça, como os shows do Arraial da Pavulagem... Poderia ser em qualquer lugar, mas...

O que importa mesmo é que o paraense prefere ouvir calcinha preta. Prefere ler sobre a Ivete Sangalo ou a Priscila do BBB. Prefere ver show de tecnobrega... Em último volume...

É fácil saber que estou certo. Uma volta nas ruas mais badaladas de Belém em uma tarde de sábado prova isso!

E, como diria aquele outro, "quem sou eu para fazer eles despertarem do sono profundo de sua inaptidão para o conhecimento?"

Outro dia mesmo eu estava inquirindo um colega do trabalho. "Sabes porque temos duas orelhas?" Falei, brincando, que uma era para escutar e a outra para pegar uma cachuleta. Mas aprendi isso com minha avó. "Nós temos dois ouvidos para ouvir melhor. Duas narinas para respirar melhor. Dois olhos para ver melhor. E apenas uma boca para falar pouco". Ele acha o contrário!!!

Mas eu aqui acabo falando mais do que devo... É porque tenho duas mãos e dez dedos em cada uma. Como só escrevo...